Estadão / Serviços / Concurso Público

IBGE e INSS: conheça histórias de servidores desses institutos brasileiros

O IBGE e o INSS são um dos maiores institutos do país. Conheça histórias de 2 servidores das organizações e mais sobre o concurso público

Saiba mais sobre o trabalho do IBGE e o INSS - Foto: Envato Elements / seventyfourimages
Saiba mais sobre o trabalho do IBGE e o INSS - Foto: Envato Elements / seventyfourimages

2024 foi o ano dos concursos. Com a estreia do Concurso Público Nacional Unificado (CNU), a área das seleções públicas atingiu um novo patamar. E as oportunidades não param por aí. O Censo dos Concursos Públicos de 2023, iniciativa realizada pelo Qconcursos, mostrou que houve um aumento de 200%, em comparação com 2022, do número de certames realizados país.

Dentre as muitas vagas disponíveis, um trabalho com próposito brilha os olhos dos concurseiros. Para se inspirar com trajetórias de conquista dentro do serviço público, conheça histórias de servidores do IBGE e do INSS.

IBGE e INSS: institutos que são a cara do Brasil

A história de Gustavo Beirão com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começa muito antes da sua aprovação. Sua mãe, Iraildes, também foi servidora pública da instituição, na área de Recursos Humanos.

Quando criança, Gustavo passava a tarde no trabalho com a mãe, brincando, como relembra, na máquina de datilografia. Seu contato com o INSS começou na afetividade e, aos 18 anos, também tornou-se um trabalho. “Bem em 12 de junho de 1995, dia dos namorados. Eu brinco que aí começou o caso de amor”, diz.

De 1995 a 2003, Gustavo atuou como técnico autônomo, terceirizado para instituição. Passou pela área de revisão de benefícios rurais ao atendimento ao público, em Agências da Previdência Social, em Salvador, e no Prevfone (atual Central 135) como supervisor de atendimento.

Nessa época, o INSS lança concurso público para técnicos e analistas, Gustavo se inscreve para ambos os cargos, e é aprovado nos dois. Em 2005, é convidado a atuar no projeto de implementação do novo modelo de gestão do INSS. De Salvador, Gustavo mudou-se para Brasília.

O baiano foi para Brasília passar dois anos, e já se vão 20 na cidade. Nesse período, atuou na assessoria de comunicação social, dentro da presidência do INSS. Desde o ano passado, Gustavo é presidente da 2ª Composição Adjunta da 5ª Junta do Conselho de Recursos da Previdência Social.

Homem discursando
Gustavo Beirão. Imagem: Arquivo Pessoal

“Já são 21 anos como servidor público do INSS. E, se contar a trajetória antes de ser concursado, são mais de 30 anos de previdência social”, diz. E a trajetória profissional de Gustavo não acaba por aí. Formado em Publicidade e Propaganda e em Direito, ele também é autor de livros sobre Direito Previdenciário, e professor universitário.

Durante a preparação, Gustavo se considera privilegiado. “Na época que prestei o concurso, eu já trabalhava a anos com a maioria dos assuntos que caíram da prova. Estar lá dentro foi um facilitador para os estudos”, conta ele. Mas, para os próximos concurseiros, Gustavo dá algumas dicas:

  • Não espere o edital sair para estudar - Se você já tem em mente o concurso que quer passar, comece a se preparar com base nos editais anteriores;
  • Faça as provas anteriores - Com um concurso em mente, baixe as provas antigas e treine;
  • Procure cursinhos preparatórios - Com a metodologia certa e material assertivo, é possível otimizar o tempo de estudo

Entre os atrativos do serviço público, Gustavo lista a estabilidade, o salário justo e a missão do trabalho. “Serviço público: o próprio nome já diz, o propósito é servir a população. Muitas pessoas têm, na previdência social, a única fonte de renda. Por meio do serviço público ampliamos a proteção social e fazemos justiça”, diz.

Para Gustavo, o futuro do serviço público é promissor. “A gente que trabalha com direito social sempre é otimista. Espero que os órgãos da área sejam integrados, em um fórum interinstitucional; que a força de trabalho seja reforçada; evolução da tecnologia e implantação de uma cultura previdenciária no país”, diz.

Leia também sobre os concursos públicos mais concorridos do Brasil

Em 2024, Eric Daniele completou 10 anos de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O cientista social já passou por diversos projetos na estatal, e hoje atua como Coordenador Administrativo, em São Paulo. Assim como Gustavo, a história de Eric com o instituto onde trabalha, começou antes da aprovação. 

Recém-formado na USP, em 2008, enquanto atuava como assistente de pesquisa no Núcleo de Políticas Públicas da universidade, foi convidado a realizar um curso na sede do IBGE, no Rio de Janeiro. Com a experiência de formação positiva, Eric se inscreveu para o Censo Demográfico de 2010, aprovado para o cargo de supervisor temporário.

“Muitos concurseiros só leem 3 coisas no edital: o salário, o conteúdo e a data da prova. Poucos se atentam às atribuições da vaga. Isso gera servidores pouco satisfeitos, pois muitos acabam não gostando das funções da vaga que se inscreveram”, afirma. Ele continua: “Comigo foi diferente. Eu tive a oportunidade de conhecer o IBGE antes de estar aqui como efetivo, e senti vontade de entrar na estatal porque gostei do trabalho realizado”.

Na sua trajetória profissional, Eric passou de office boy na adolescência até professor de sociologia. Quando decidiu seguir pela carreira pública, Eric prestou diversos concursos, como Metrô de São Paulo, SPPrev, UNESP, Câmara Municipal de São Paulo, Ministério do Meio Ambiente e Petrobras. Mas o foco maior para aprovação era na Secretaria de Educação e para o IBGE.

Homem discursando
Eric Daniele. Imagem: Arquivo Pessoal

As duas provas, na época, foram separadas por um período de 15 dias. “Eu só pensava: ‘Em alguma dessas eu preciso passar’’, conta. Um conselho de um professor do cursinho, antes de entrar na universidade, marcou Eric: “Ele dizia: para você ser aprovado, você tem que ter 3 coisas: conhecimento, autoconfiança e técnica de prova. Essa dica era para vestibular, mas vale para concursos públicos também”, explica.

A técnica de prova diz respeito ao treino. Para Eric, enquanto se estuda para concursos, é importante ir prestando certames. “Tem que virar quase uma rotina, como um concurso a cada 3 meses. Só estudar não adianta. As bancas são diferentes, o tempo de prova, conteúdos cobrados, é importante sempre fazer concursos”, diz.

Antes da tão sonhada aprovação, vem os não. Para os concurseiros, Eric indica não esquecer os erros. “Quando você não é aprovado, pegue a prova e veja onde você errou. A chance de alguma outra banca fazer uma pergunta do mesmo conteúdo é alta. Errar hoje, não significa errar amanhã”, afirma.

O esforço foi recompensado: Eric foi aprovado em 1º lugar no IBGE e em 2º para professor efetivo. Na época, a concorrência para o certame do IBGE chamou sua atenção. “Eram 300 vagas, o que parece muito. Mas, quando você vai se inscrever, é preciso escolher a cidade. Na prática, acaba sendo 1 vaga para cada lugar”, explica.

O IBGE foi destaque do Concurso Público Nacional Unificado (CNU) deste ano. Através do certame, o instituto realizou seu maior processo seletivo da história, com 895 vagas. Na relação candidato/vaga, o IBGE também teve o cargo mais concorrido da seleção, para Analista, com especialização em Engenharia Civil, com 28.534 inscritos para uma vaga.

Para Eric, o trabalho no instituto não oferece zona de conforto. “É uma rotina super dinâmica. Às vezes nós punimos por ter muita coisa para fazer, mas poucos servidores, mas os desafios que o IBGE propõe são sempre motivadores”, pontua.

Para os que pensam em seguir a carreira, Eric diz: vale a pena. “O trabalho é uma missão pública. Muitos brasileiros precisam da gente. Meu pai sempre falava: ‘Estuda, não seja peão igual seu pai’, linguajar popular, mas que traz uma carga de ‘Se esforça que você vai conseguir’”.

Essa nova onda de servidores do IBGE, com o CNU, é esperada ansiosamente por Eric. “Serão todos bem-vindos. Que sejam pessoas abertas a desafios, e que queiram construir o futuro das instituições. As instituições não são monolíticas, mas vivas. O serviço público tem sim amarras burocráticas, mas também dá para aproveitar o espaço para inovar”, pontua.

Saiba mais sobre essas e outras histórias de sucesso de servidores públicos que conquistaram vagas em concursos de alta concorrência.

Encontrou algum erro?

Entre em contato

Principais temas acessados

Concurso PúblicoIBGEINSS