Por Vitória Prates
9 de Junho de 2025 às 11:04
As lideranças apontam que comandar a Geração Z é um dos maiores desafios do mercado de trabalho. 68% dizem que os jovens, nascidos entre 1997 e 2010, são mais difíceis de lidar na hora da gestão, de acordo com a pesquisa “Tendências de Gestão de Pessoas”, do ecossistema Great People & GPTW
Sua antecessora, os Millennials, também lidaram com o mesmo estranhamento no início da carreira anos atrás. No serviço público, o cenário não é tão diferente. Em um cenário tão diverso, os choques geracionais são comuns.
Dentro da área de TI do Banco do Brasil, Elenilton Rodrigues e Giovanna Gomes representam duas gerações, um entrou na instituição financeira em 1987, outra em 2024. Saiba como é a experiência de Elenilton.
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A geração X nasceu entre 1965 a 1980. Para Elenilton, na sua geração, os membros são resilientes, independentes e adaptáveis. Do Rio Grande do Sul a Brasília, o Banco do Brasil foi seu primeiro emprego. Ele ingressou na empresa em fevereiro de 1987, como Menor Auxiliar de Serviços Gerais, e está lá desde então.
Nos últimos 17 anos, tem se dedicado à gestão de equipes de desenvolvimento e manutenção de sistemas, com ênfase na preparação e evolução dos sistemas para as próximas gerações. Sempre na área de Informática, Elenilton formou-se como um profissional da tecnologia no Banco do Brasil. Hoje, Elenilton ocupa o cargo de Gerente de Soluções na Diretoria de Tecnologia, na sede do banco, em Brasília. Na gerência, Elenilton compartilha os desafios de liderar diversas gerações em um mesmo time.
Elenilton enxerga que, nas novas gerações, existe uma ansiedade de crescer rápido dentro das empresas. “Se olhar minha carreira, por exemplo, eu tive 5 cargos em 37 anos de Banco do Brasil, não é algo rápido. A velocidade de crescimento talvez não seja a que gostariam, por isso é importante conhecer a cultura da cultura”, defende ele.
Dentre os novatos dos últimos certames, de 2021 a 2023, eles estão na fase de conhecer a cultura. “Alguns vêm do mercado, outros é o primeiro emprego. Mas todos têm muita vontade de aprender e interessados no trabalho. É um desafio, mas eu tenho gostado”, comenta.
Entre as evoluções tecnológicas, as mudanças do mercado financeiro destacam-se no país. Tecnologias como PIX, antes impensáveis, hoje dominam o mercado. “Quando eu assumi os processos eram todos manuais. Hoje em dia, é tudo automatizado. Processos que, antes eram indispensáveis, hoje talvez não sejam mais necessários. Para evoluir, não podemos ficar amarrados ao passado, devemos olhar em frente”, afirma.
Para tudo dar certo, funciona pensar nas trocas geracionais, como diz Elenilton, como um casamento. “Os dois lados precisam ceder. Não adianta as gerações mais velhas falarem: ‘Eu sei como faz, sempre foi do meu jeito e vai continuar assim’. É preciso ter humildade e entender que tem uma geração nova chegando, com novas experiências e outros pontos de vista”, diz.
Ele continua: “E, do outro lado, os jovens não podem chegar já falando: ‘Eu vim para revolucionar’. Calma, você ainda não revoluciona, vai chegar o momento. Para isso, a comunicação é essencial”.
Saiba mais sobre o "conflito de gerações" no serviço público em reportagem do Estadão Concursos
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