O método pode fazer com que os concursos públicos sejam mais efetivos quando se trata em transformar a vida de muitos candidatos de baixa renda
Jennifer de Carvalho
Publicado em 26/11/2024, às 10h48Cargos com benefícios e plano de carreira: esses são alguns dos aspectos dos concursos públicos que muitas pessoas consideram como uma chance de ter uma vida financeira mais estável, além de ascender profissionalmente. Ainda mais em um cenário onde o Brasil é um país que apresenta desigualdades sociais em muitas camadas.
Mas nem sempre esse processo é fácil. Isso porque muitos interessados em realizar essas avaliações não tiveram uma educação básica de qualidade. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quando se trata de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos, por exemplo, 10.917 não estudam e não estão ocupados.
Desse total, 4.115 são do Nordeste, 3.799 do Sudeste e 726 do Centro-Oeste. Ainda, 2.023 dos brasileiros nessa condição possuem até o Fundamental Incompleto e 6.130 contam com Ensino Médio Completo até o Superior Incompleto.
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“Por questões não apenas educacionais, mas, especialmente, sociais e econômicas, muitos não começam a sua preparação do mesmo ponto que outros candidatos”, comenta Raquel Medeiros, consultora educacional e pedagoga pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Com esse cenário, uma dica para alcançar cargos mais atrativos que costumam ter provas mais complexas, vale adotar um método chamado “concurso de escada”.
A estratégia “concurso de escada” consiste na busca por funções que possuem menos requisitos, tanto na parte de formação quanto no conteúdo programático do edital. Nesse caso, vale optar por funções de Nível Fundamental ou Médio, para facilitar o acesso a um cargo público.
Algumas indicações são os concursos estaduais e municipais, como em Bancos ou Câmaras, que possuem menos complexidade. Outra ideia é apostar nas seleções dos Correios e em funções como Assistente Administrativo, Técnico em Segurança e Atendente de Saúde.
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A partir disso, será possível elaborar uma preparação mais aprofundada para uma ocupação de Nível Superior – com provas que possuem um maior grau de dificuldade e oportunidades com salários altos. Isso porque a aprovação nos concursos com menos exigências proporcionará uma renda estável para que a pessoa possa investir mais nos seus estudos, servindo como uma "escada".
Com isso, Maria Eduarda Bataia, pedagoga e pós-graduada em Educação Inclusiva, destaca que os concursos públicos são alternativas de inclusão e transformação de realidades – como o auxílio na redução da desigualdade social no Brasil.
Mas esse meio só será devidamente efetivo quando as dificuldades financeiras forem reduzidas. “É necessário que o sistema se torne mais acessível para desempenhar a sua função social”, finaliza.