A reserva de vagas para candidatos com deficiência (PCDs) é um direito. Saiba como funcionam as cotas e histórias de servidores
Ações afirmativas, como cotas em concursos públicos, são uma política de diminuição da desigualdade social na administração pública. Em novembro, a Câmara dos Deputados aprovou o PL nº 1958/21. O projeto de lei busca aumentar as vagas reservadas à pessoas pretas e pardas, indígenas e quilombolas. Em um cenário de 10 anos da Lei de Cotas, ainda há muito a avançar no Brasil.
Carlos Eduardo Pascoli vem de uma família de servidores públicos. Sua mãe, Rita, é cozinheira em uma escola, e sua irmã, Débora, auxiliar de enfermagem, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Formado em Rádio, Locução e Operação de Áudio, Cadu, como é conhecido, trabalha como oficial administrativo no HC.
Na preparação, Cadu mesclava estudo das notícias, para se preparar nas questões de atualidades, e resolução de provas passadas. Todo dia um pouquinho de estudo, como ele explica. O esforço foi recompensado, Carlos foi aprovado em 1º lugar na Secretaria de Educação e em 10º no certame do Hospital das Clínicas. “Foi uma sensação incrível”, diz.
Cadu indica, para outras pessoas com deficiência, que não desistam do sonho de prestar um concurso. “O mercado de trabalho tem vagas para os PCDS, a gente tem a porcentagem de garantidas por lei, nunca deixa a oportunidade passar”, afirma.
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Cadu é portador de neurofibromatose. A doença genética produz nódulos na medula cervical. Com o diagnóstico, Cadu passou por 3 cirurgias, e adquiriu uma limitação no lado direito do corpo e dores crônicas.
“Eu sou um pouco mais devagar para digitar, por exemplo, mas os servidores do meu setor sempre me ajudam. Conhecem minha limitação e, desde o momento em que cheguei, foi feito de tudo para que eu me sentisse bem por lá, desde o RH até a chefia”, conta.