Para professores, o setor público é uma grande oportunidade de trabalho. Entre vagas efetivas e temporárias, saiba mais sobre a carreira na educação
O magistério é o sonho de carreira de muitos brasileiros. Quase 20% dos universitários brasileiros estão em cursos como Licenciatura e Pedagogia, segundo dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A média de outros países da América Latina é de 10%.
Em 2023, o número de professores na rede básica de ensino bateu 2,4 milhões, segundo o Censo Escolar. Ainda de acordo com o estudo, 80% dos educadores são mulheres. Neste grupo, fazem parte as professoras Jacqueline Cintia Fernandes e Rebeca Fugikawa. Conheça suas histórias.
“Ser professor é uma profissão que forma pessoas e lida com sonhos. É uma possibilidade de transformação social que só a educação oferece”, conta Rebeca Fugikawa. Com 26 anos, ela acredita que ser professora é um desafio diário que envolve balancear tanto os projetos futuros quanto o dia a dia da sala de aula.
Segundo dados do Censo Escolar (2020) e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) (2021), a idade média dos professores é de 40 anos. Rebeca tem 14 anos a menos que a média.
“É um misto de sentimentos e realização, mas também de reflexão sobre as perspectivas de futuro. Ainda sim, é gratificante perceber o retorno do seu trabalho, ver os alunos se desenvolvendo e aprendendo”, diz. Ela continua: “O vínculo que se cria ao longo do processo, as parcerias e os benefícios que o servidor público possui são incríveis”.
Dos 6 concursos que Rebeca prestou, foi aprovada em 5. Tomou posse em janeiro deste ano, em uma creche em São Bernardo do Campo. Para outros que querem seguir pelo mesmo caminho, ela aconselha investir na formação.
Assim como Rebeca, ser professora era um sonho de longa data de Jacqueline. Formada em Letras, começou a lecionar em 2003, no Programa Escola da Família. Hoje, atua como PAE, na garantia de que as políticas públicas para crianças com deficiência sejam aplicadas nas escolas, além de formar professores nas melhores práticas de ensino.
Em sua trajetória, Jacqueline passou por todas as áreas, do ciclo de alfabetização ao ensino médio. Para ela, a melhor parte de ser professora é ver o trabalho com os alunos dando resultados positivos. “Gostar do que fazemos faz toda diferença. É importante ter responsabilidade no trabalho, olhar sempre para o outro. No papel de professor, não podemos apenas passar o conteúdo de uma maneira mecânica, mas sim entender e estimular o grupo”, diz.
Para Jacqueline, a falta de apoio e incentivo são questões que pesam, mas, como ela, não trocaria a educação por nada. A opinião é a mesma de outros professores.
Pesquisa da Ipec mostrou que 71% dos professores brasileiros estão estressados pela sobrecarga de trabalho. O levantamento, realizado em 2022, ouviu mais de 6 mil professores de escolas públicas (municipais e estaduais) de todo o país.
Ainda sim, o estudo “Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil”, do Instituto Semesp, apurou que 53% dos professores da educação básica estão satisfeitos com a carreira. Dentre os motivos para continuar nas salas de aulas destacam-se:
Mesmo entrando na educação em 2003, Jacqueline só foi aprovada em concurso em 2014. Primeiro em Embu das Artes e hoje em São Paulo. Para preparação, ela indica ir além do curso preparatório. “No cursinho, eles dão uma base para que a gente caminhe sozinho. É importante focar e se dedicar”, conta.
